CIA DOS BLOGUEIROS


terça-feira, 19 de junho de 2012

QUEM SÃO ?

Flaudilândia, uma cidade seriamente gozada
Décimo oitavo   capítulo
Quem são?
_ Como vim parar aqui?
_ Hum... Alguém o buscou? De onde você  saiu só havia uma passagem?
_ Claro! Entrei em um buraco feito na parede da minha biblioteca. Minha não, da minha família. Fizeram um buraco na parede da biblioteca de Flaudilândia, cidade onde moro, enquanto eu estava na árvore tentando... Ah, deixa pra lá. Estou procurando um bem precioso da minha família. Se estiver aqui, e foi você ou alguém que você mandou para roubá-lo de- volva-o já. Não saio daqui sem a N.A.P.O.
_ Hum... há um bem precioso que se chama Napo e o roubaram.... muito bem.... e de onde tirou a ideai de que esse bem poderia estar aqui?
_ Ora, não se faça de desentendido... hum... ou desentendia. O buraco da parede me trouxe direto aqui, então o bem roubado está aqui.
_ Hum... quer ir procurá-lo para ver se o encontra?
_ Para onde leva esse caminho?
_ Não quer ir você mesmo para ver onde ele chega?
_ Aqui à minha esquerda é o que?
_ O que te parece ser ?
_ Hum... Parece um  rio, mas há tanto fogo sobre a água, por quê?
_ Então aquilo que vê é isso que me diz?
_ É sim! Por que há fogo sobre a água?
_ Por que você acha?
_ Você só sabe fazer perguntas  é, seu ... seu...
_ Você não consegue entender as respostas?
_ O que é isso sobre a sua cabeça?
_ O que acha que é?
_ Acho que são chifres, não são?
_ Não sei, você acha mesmo que são?
_ Acho! E porque eles têm pontas indicando para  cima são chifres mesmo. Porque os chifres apontam para cima.
_ Apontam?
_ Ah, como faço para atravessar esse primeiro caminho que eu tenho que pegar para encontrar a N.A.P.O da minha família?
_ Por que quer atravessar?
_ Uai! Tem outro jeito de eu me transpor  de um lado ao lado sem atravessar?
_ Já fez isso alguma vez?
_ Claro  que já, apesar de eu ter nascido ontem, eu não nasci ontem dentro do dito popular, sua criatura horrorosa! Você faz perguntas por que não sabe dar respostas?
_ Você acha isso mesmo?
_ Acho sim, diabo! Ou diaba? De qual raça você é, criatura infeliz?
_ De qual você imagina que eu seja?
_ Eu não imagino, eu tenho certeza! Você é da pior raça que possa existir para destruir o que já existiu.
_ Hum... e o que já existiu que foi destruído?
_ Muitas coisas foram destruídas por causa da sua presença. É você o culpado por tudo de ruim que se passa ou possa causar destruição...
_ Hã! Onde você me viu presente, destruindo? Já tinha me visto antes?
_ Não! Essa é a primeira vez que o vejo frente-a-frente! E posso ter a  certeza de que é o coisa ruim, aquele que nos faz perder a cabeça para investirmos contra algo ou alguém. É você  o culpado, ou a culpada pela  dor que sentimos...
(...)
_ Não vai falar mais? (...) Acha, então, que sou uma coisa ruim? Vê ao seu redor alguma cabeça fora do corpo? Você está sentindo alguma dor agora, Flaudinho?
_ Não! Estou sentindo coragem de poder olhar para a sua cara de coisa  do mal e poder dizer tudo isso e mais algumas coisas que precisava ouvir, mas não posso perder tempo com bate boca com o diabo porque eu tenho que recuperar a N.A.P.O. que você roubou da minha família!
_ Está me acusando de roubo, Flaudinho?
_ Não o estou acusando! Eu o estou condenando desde já a continuar sendo o que    é porque já nasceu para ser   somente isso, porque não tem capacidade para ser outra coisa, além de coisa ruim! Você sabe com quem você está falando, diabo?
_ Hum...  Com quem?
_ Venho de Flaudilândia, sou filho de Fudêncio, o fundador de Flaudilândia! Serei um guerreiro como o meu pai é e os meus irmãos mais velhos também são!
_ Por que a cidade não recebeu o nome do fundador dela?
_ Já respondi a essa pergunta quando eu nasci, ontem, na biblioteca de Flaudilândia, a uma burra que liga lá para agendar um serviço de encamento... ah! Cadê a N.A.P.O? Vamos, me devolva que saio daqui com ela, ninguém ficará sabendo do ocorrido e eu o perdôo pelo deslize.
_ Qual foi o meu deslize?
_ O roubo! Você é  um ladrão!  Ou ladra, sei lá se diabo tem sexo! Foi você, coisa ruim, que  quebrou a parede para furtar a N.A.P.O enquanto eu tentava subir na árvore genealógica para assistir a uma pelada. Vamos logo, que ainda quero pegar aquele jogo!
_ Quer dizer que conhece uma árvore genealógica?
_ É claro que conheço, criatura burra do cão! Ela está acima de você e é imensa. Há História naquela árvore que você não tem olhos para ver, porque vive neste seu submundo infectado de fogo. Vamos! Preciso atravessar aquele rio e chegar à outra margem!
_ O que viu na árvore?
_ Muita gente, de muitas Eras, que fizeram histórias. Cada Era tem uma copa cacheada de habitantes. Conforme as Eras vão passando e outras surgindo, as copas vão se tornando cada vez maior. Sou da Era de Flaudilândia, a que se encontra na parte mais baixa da árvore, a que mais sombreia! Entende? A que está aqui em cima da sua cabeça, ou melhor... de seus chifres! Olhe pra cima, diabo, e veja! Hum... (...)   O que é isso que se derrama lá de cima, diabo?
_ O que te parece ser?
_ Parece raízes. Mas são tão grossas! Cada raiz parece o próprio tronco da árvore genealógica da minha família! Mas vamos logo, diabo.  Esse lugar é muito baixo para um futuro guerreiro!  Se o caminho do rio tem fogo, há outro que me leve a algum lugar onde eu possa pegar a N.A.P.O  que você roubou?
_ Teria coragem de procurar outro, Flaudinho?
_ Claro que tenho! Sou filho de um Fudêncio, fundador MOR de Flaudilândia! Serei um guerreiro como ele. Meu pai não abandona o posto de guerreiro nunca.  É melhor você me ajudar a retornar com a N.A.P.O lá para a minha biblioteca, senão o meu pai te pega de jeito, viu!
_ Você já viu o seu pai pegar alguém de jeito quando alguém não ajuda um filho dele a encontrar o que procura mas não acha?
_ Ora, ora, tenho lá que dar satisfações para o diabo, coisa ruim!? Sabe com quem você está falando por acaso?
_ Eu estou falando com alguém? Se é alguém, quem é esse alguém?
_ Sou o Flaudinho, coisa ruim!
_ Então você é mesmo Flaudinho? E o que é isso na sua barriga?
_ Isso é o meu cordão umbilical. Ontem, quando eu nasci a minha mãe, a Dasdor, me deixou na biblioteca e disse para eu me virar e dar um jeito de cortá-lo. Não consegui achar nenhum instrumento para fazer isso, por isso fui tocando com ele mesmo, perdurado aqui na minha barriga. Gosto dele. Chama a atenção, não acha?
_ O que você acha que eu acho, Flaudinho!?
_ Não acho que você ache alguma coisa,  bicho das trevas. Vamos, me indique outro caminho...
_ Por que está nu, Flaudinho?
_Nossa, que vergonha!  Não tinha percebido que estou nu! Devo ter perdido a minha fralda na queda. É o meu punho, que dói tanto que eu acabei  me esquecendo de pôr a fralda. Pode me arrumar algo pra me cobrir, por favor!?
_ Por que quer se cobrir?
_ Para não ficar como você, nu!
_ Você está me vendo nu?
_ Não! Mas também não o vejo vestido com nada. Como protege a sua genitália?
_  Vê genitália em mim?
_ Não! Diabo não tem genitália?
_ Como imagina que seja a minha genitália?
_ Eu não imagino coisa nenhuma sobre  sua genitáia, sua coisa asquerosa! Anda logo! Me arrume algo para cobrir as minhas partes íntimas. E pare de  me olhar, senão eu perco a cabeça e vai ver do que sou capaz!
_ Por qual razões perderia a cabeça, Flaudinho?
_ Por muitas razões. Pelo fato de você existir já é uma delas, e bem convincente, pronto!  
_ Eu existo para você, Flaudinho!?
_ Oh, raios! Claro que existe, você é o próprio diabo em pessoa! De onde você vem, quem te mantém aqui, vive sozinho?
_De onde você acha que eu venho? Quem você acha que me mantém? Eu vivo sozinho, Flaudinho?

Continua....

Rita Lavoyer

Um comentário:

  1. Flaudinho deve ter chegado à pré-adolescência, pois começa a se preocupar com "genitálias & adjacências"... além de se mostrar muito revoltado com determinados acontecimentos na Flaudilândia! Promete grandes reviravoltas em sua descendência! Espero que não haja conchavos... que se mantenha íntegro em sua moral cidadã!
    Bj. Célia.

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